Home office com segurança: como proteger o trabalho remoto contra ataques cibernéticos

A adoção massiva do home office, impulsionada principalmente pela pandemia da Covid-19, se consolidou como uma prática comum nas empresas brasileiras, trazendo flexibilidade e produtividade.
De acordo com o relatório “State of Remote Work 2024”, publicado pela Buffer, cerca de 64% dos trabalhadores em empresas de tecnologia afirmaram que trabalham remotamente em tempo integral ou em modelo híbrido. Como resultado, essa tendência não dá sinais de retrocesso. No entanto, essa modalidade também ampliou a superfície de ataque para cibercriminosos, exigindo medidas robustas de segurança da informação.
Em seguida neste artigo, vamos explorar os principais riscos associados ao home office e algumas estratégias para minimizar esses riscos para proteger a sua organização.
Principais riscos no ambiente de trabalho remoto
1. Conexões Inseguras
O uso de redes Wi-Fi públicas ou domésticas sem as devidas proteções pode expor dados sensíveis a interceptações. Ataques do tipo Man-in-the-Middle (MitM), por exemplo, são comuns nessas situações, permitindo que cibercriminosos acessem informações confidenciais.
2. Dispositivos Pessoais (BYOD)
A prática de Bring Your Own Device (BYOD) aumenta os riscos de segurança, pois dispositivos pessoais podem não possuir as mesmas proteções que os corporativos. Ademais, em 2024 mais de 70% dos dispositivos infectados eram pessoais, evidenciando a vulnerabilidade dessa prática.
3. Falta de Treinamento
A ausência de programas de conscientização em segurança cibernética deixa os colaboradores mais suscetíveis a ataques. Do mesmo modo, apenas 40% das empresas treinam seus funcionários para lidar com ameaças digitais, tornando o fator humano um elo fraco na cadeia de segurança.
4. Ameaças de Phishing
Por fim, ataques de phishing continuam sendo uma das principais ameaças no ambiente remoto. Em 2024, o phishing foi responsável por 15% das violações de dados, com um custo médio de US$ 4,88 milhões por incidente.
Estratégias para garantir a segurança no home office
1. Implementação de VPNs
Descrição ampliada:
Redes Privadas Virtuais (VPNs) criam túneis criptografados entre o dispositivo do colaborador e a rede da empresa, protegendo dados em trânsito contra espionagem ou adulteração. Além disso, permitem acesso seguro a sistemas internos sem expor serviços diretamente à internet.
Outras alternativas:
SDP (Software Defined Perimeter): Alternativa moderna à VPN, que restringe o acesso de acordo com a identidade do usuário, dispositivo e contexto.
ZTNA (Zero Trust Network Access): Implementa acesso granular por aplicação, eliminando a confiança implícita na rede interna.
2. Autenticação Multifator (MFA)
Descrição ampliada:
O MFA adiciona camadas de autenticação, combinando algo que o usuário sabe (senha), algo que possui (token ou app), e algo que é (biometria). Isso dificulta acessos não autorizados, mesmo se senhas forem comprometidas.
Outras alternativas:
Passwordless authentication (sem senha): Uso de chaves físicas FIDO2, biometria ou autenticação via push.
Políticas adaptativas de MFA: Avaliam o risco de cada tentativa de login com base em geolocalização, dispositivo e horário.
3. Políticas de BYOD (Bring Your Own Device)
Descrição ampliada:
Permitir o uso de dispositivos pessoais exige um controle rigoroso. As políticas devem incluir exigências de criptografia no disco, controle de acesso baseado em conformidade, e gerenciamento remoto em caso de perda.
Outras alternativas:
MDM (Mobile Device Management) ou UEM (Unified Endpoint Management): Permitem monitoramento, aplicação de políticas e limpeza remota de dados corporativos.
Contêineres de segurança: Separação lógica entre dados corporativos e pessoais dentro do dispositivo.
4. Treinamento Contínuo
Descrição ampliada:
A segurança não é apenas técnica, mas também comportamental. Campanhas regulares de conscientização reduzem o risco de phishing, engenharia social e negligência.
Outras alternativas:
Simulações de phishing com métricas: Ajudam a medir o nível de risco comportamental da equipe.
Treinamento adaptativo baseado em comportamento: Plataformas que ajustam o conteúdo conforme o perfil e as falhas anteriores de cada colaborador.
5. Atualizações e Patches de Segurança
Descrição ampliada:
Atualizações de segurança corrigem vulnerabilidades exploráveis por atacantes. No modelo remoto, é essencial ter visibilidade sobre todos os endpoints, mesmo fora da rede corporativa.
Outras alternativas:
Patch management automatizado em nuvem: Garantem que atualizações sejam aplicadas mesmo em dispositivos remotos.
EDR (Endpoint Detection and Response): Além de aplicar correções, detecta e responde a comportamentos suspeitos nos dispositivos.
Outros Controles Complementares (Recomendações Adicionais):
- CASB (Cloud Access Security Broker): Visibilidade e controle sobre o uso de aplicações em nuvem.
- DLP (Data Loss Prevention): Prevenção contra vazamento de dados sensíveis.
- SIEM com integração de logs de endpoints remotos: Correlação de eventos mesmo em dispositivos off-site.
- Controle de Acesso baseado em PAPEL (RBAC) e CONTEXTO (ABAC): Garante que os colaboradores acessem apenas o que for necessário ao seu perfil e contexto atual.
Conclusão
O trabalho remoto trouxe agilidade, flexibilidade e acesso a talentos globais, mas também elevou o nível de complexidade da cibersegurança corporativa. Para líderes de TI e cibersegurança, o desafio é equilibrar produtividade com proteção, sem prejudicar a experiência do usuário.
Segurança digital no trabalho remoto não é mais um diferencial competitivo — é uma necessidade operacional. Aquelas organizações que souberem investir em estratégias estruturadas e tecnologias adequadas terão vantagem frente a ameaças emergentes em um mundo cada vez mais distribuído e conectado.